quarta-feira, 19 de agosto de 2009

19/08/2009 - DIA NACIONAL DE LUTA DA POPULAÇÃO EM SITUAÇÃO DE RUA

Carta Aberta à População

Cinco anos do massacre de pessoas em situação de rua no Centro de São Paulo

Entre os dias 19 e 22 de agosto de 2004, 15 pessoas foram violentamente atacadas enquanto dormiam nas ruas no Centro da cidade, sendo que 7 delas morreram. Posteriormente, no dia 23 de maio de 2005, uma testemunha do massacre foi morta por policiais militares. Organizações e movimentos sociais estão juntos no dia de hoje para denunciarem a morosidade, o descaso, a omissão das autoridades na punição dos culpados.

Repudiamos as ações higienistas que confundem pessoas em situação de rua com aquelas que atuam ilicitamente na cidade como a ação realizada pela Polícia Militar, no dia de ontem, 18 de agosto, no Parque Dom Pedro II. Ao invés de políticas públicas, a repressão e a violência têm sido frequentes com o objetivo de expulsar as pessoas em situação de rua do centro da cidade,
Não é de se estranhar a sintonia da reportagem veiculada na Veja São Paulo (Edição 2126 nº. 33 de 19 de agosto - Profissão Mendigo) com conteúdos que revelam a falta de respeito e de ética e que acentuam o preconceito. Uma matéria que mais confunde e julga do que esclarece os processos sociais da pobreza. Quais as motivações que levaram a revista a publicar esta matéria justamente na semana em memória do massacre de 2004?
Lutamos:
· Contra a impunidade e pela apuração e punição dos culpados;
· Pelo fim de toda forma de violência nas ruas, inclusive a policial;
· Por políticas públicas de trabalho, habitação, saúde e educação para as pessoas em situação de rua.

Ato organizado pelo Fórum Permanente de Acompanhamento das Políticas Públicas para a População em Situação de Rua constituído por fóruns, organizações e movimentos sociais, em especial, pelo Movimento Nacional da População de Rua – Comissão de São Paulo.

Anderson Lopes Miranda Movimento Nacional da População de Rua -SP 011 7603-8719 OU 7551-3218
011-2111-1864 comercial
ADEMIR DE SOUZA - AFSP - (11) 9551.9948

domingo, 16 de agosto de 2009

ROSTO AMAZÔNICA DA IGREJA

As CEBs (Comunidades Eclesiais de Base), surgidas no Brasil na década de 1960, congregam pessoas das classes C e D em torno da fé cristã. São a presença da base social na Igreja e da Igreja na base social. Atuam em vários países da América Latina, África e Ásia.Entre 21 e 25 de julho, lideranças das CEBs brasileiras se encontraram no 12º interclesial, em Porto Velho (RO), para orar e debater o tema Ecologia e Missão – Do ventre da terra, o grito que vem da Amazônia. Eram, ao todo, 2.174 leigos; 238 religiosos(as); 331 sacerdotes; e 56 bispos católicos, entre bispos, pastores e fiéis das Igrejas Episcopal Anglicana do Brasil, Metodista, Evangélica de Confissão Luterana no Brasil e Unida de Cristo do Japão. O caráter pluriétnico, pluricultural e plurilinguístico do encontro transparecia no rosto das 38 nações indígenas presentes, acompanhadas de quilombolas, seringueiros, ribeirinhos, posseiros e migrantes do campo e da cidade.O primeiro dia teve como patrono Dom Helder Câmara, cujo centenário de nascimento se comemora este ano. Os participantes analisaram a realidade local em plenários que levavam nomes de doze rios da bacia amazônica: Madeira, Juruá, Purus, Oiapoque, Guamá, Tocantins, Tapajós, Itacaiunas, Guaporé, Gurupi, Araguaia e Jari. Partilharam-se experiências em relação à nossa Casa comum, a Terra, a partir do bioma amazônico e dos demais biomas do Brasil (cerrado, caatinga, pantanal, pampas, mata atlântica e manguezais da zona costeira).Constatou-se que a Casa está ameaçada pelo desmatamento, com o avanço da pecuária, das plantações de soja, cana, eucalipto e outras monoculturas, sobre áreas de florestas; pela ação predatória de madeireiras; pelas queimadas, poluição e envenenamento das águas, peixes e seres humanos pelo mercúrio dos garimpos; pelos rejeitos das mineradoras; pelo lixo nas cidades; pelo crescente tráfico de drogas, e o extermínio de jovens devido à violência urbana.Todos ergueram seu apelo para que a Amazônia, onde vivem 23 milhões de pessoas, não seja tratada como colônia, de onde se retiram suas riquezas em favor de interesses alheios. É preciso que os governantes, pautados por uma ética do cuidado, adotem uma política de contenção de projetos que agridem a Amazônia e seus povos da floresta - quilombolas, ribeirinhos, migrantes do campo e da cidade -, numa perspectiva que efetivamente inclua os amazônidas como colaboradores. Falou-se também de responsabilidades em relação ao uso da água, da terra e do solo urbano.A Caminhada dos Mártires se dirigiu ao local onde o rio Madeira foi desviado e, em cujo leito seco, ao som dos estampidos das rochas dinamitadas, está sendo concretada a barragem da hidroelétrica. Celebrou-se ali ato penitencial por todas as agressões contra a natureza e a vida humana. Defronte às pedreiras que acolhiam as águas das cachoeiras de Santo Antônio, agora secas, ao lado da primeira capela construída na região, foram proclamadas as bem-aventuranças evangélicas (Mateus 5, 1-12).No segundo dia, visitaram-se populações indígenas, comunidades afrodescendentes, ribeirinhas, extrativistas, grupos vivendo em assentamentos rurais ou em áreas de ocupação urbana; bairros da periferia; hospitais, prisões, casas de recuperação de pessoas com dependência química, e ainda a trabalhos com menores ou pessoas com deficiência.No terceiro dia, as celebrações aconteceram nos rios, resgatando memórias da espiritualidade dos povos da região. À tarde, abriu-se lugar aos testemunhos: a oração dos xerentes do Tocantins, que celebraram seu ritual pelos mortos; dom José Maria Pires, arcebispo emérito da Paraíba, retomou em sua história a trajetória dos negros no Brasil; Marina Silva, senadora pelo Acre e ex-ministra do Meio Ambiente, narrou sua trajetória de menina analfabeta do seringal para a cidade de Rio Branco e de lá para São Paulo, mas principalmente sua incessante busca, a partir da fé herdada de sua avó, alimentada nas CEBs, da leitura da Palavra de Deus e do exemplo de Chico Mendes. Por fim, acompanhou-se, por vídeo, o testemunho de dom Pedro Casaldáliga.Os participantes se comprometeram a fortalecer as lutas dos movimentos sociais populares: dos povos indígenas, pela demarcação e homologação de suas terras, e respeito às suas culturas; dos afrodescendentes, pelo reconhecimento e demarcação das terras quilombolas; das mulheres, por sua dignidade e igualdade; dos ribeirinhos, pela legalização de suas posses; dos atingidos por barragens, pela restituição de seus meios de sobrevivência e indenização por suas benfeitorias; dos sem terra, apoiando-os em suas ocupações e na luta pela reforma agrária; e dos movimentos ecológicos, contra a devastação da natureza, pela defesa das águas e dos animais. O encontro escolheu a Igreja do Crato (CE) para acolher, nas terras do Padim Cícero, em data a ser marcada, o 13º Intereclesial.Amém! Axé! AwÍrI! Aleluia!
Frei Betto é escritor, autor, em parceria com Leonardo Boff, de “Mística e Espiritualidade” (Garamond), entre outros livros

domingo, 9 de agosto de 2009

A CARTILHA DA ÁGUA

DICAS PARA A PRESERVAÇÃO DAS ÁGUAS

O bom uso da água .
De toda a água doce existente na Terra, quase tudo vai para a agricultura e as indústrias. Para os seres humanos sobra pouco. Sabendo usar a água, sem desperdício, você já está ajudando.
Não permita que joguem lixo perto ou dentro da água.
Água contaminada, usada pelas pessoas, traz doenças e prejudica todo mundo. Faça a sua parte: não permita que joguem o lixo perto de qualquer água, rio, poço, lagoa, nascente.

Cuidado com o esgoto
Quem joga na rua lixo e esgoto distribui sujeira e doença para a própria família, os vizinhos e a comunidade. Faça a sua parte: escolha um lugar certo para o lixo e para o esgoto.

Separe os restos de comida.
Restos de comida podem ser enterrados para adubar a terra e evitar doenças. Papel, plástico e latas podem ser usados de novo ou vendidos. Faça a sua parte: acostume-se a separar o lixo.

Deixe os rios e as árvores em paz .
Rios poluídos prejudicam a saúde de todo mundo. A mata e a vegetação ajudam a manter os rios limpos. Faça a sua parte: proteja a natureza para que ela te proteja.

A PRESERVAÇÃO DE NOSSOS DIREITOS

Tenha mais cuidados, para ter mais saúde
Hospitais e postos de saúde estão cheios de pessoas doentes por falta de cuidados com água, esgoto e lixo. Faça a sua parte: tome cuidados. Que tal deixar o serviço médico para quem realmente precisar ?

Colabore com campanhas públicas.
Quando você colabora, todo mundo sai ganhando (você, sua família, seus vizinhos, a comunidade, a cidade). Faça a sua parte: participe e chame os outros para ajudar.

Exija que respeitem seus direitos
Água encanada, rede de esgoto e coleta de lixo são direitos seus e dever do governo. Faça a sua parte: vá ao governo da sua cidade, junto com seus vizinhos e os líderes comunitários, exigir seus direitos.

Procure conhecer as leis
O Brasil tem as melhores leis ambientais do mundo, que não são cumpridas porque poucas pessoas conhecem as leis e os direitos. Faça a sua parte: procure saber mais sobre seus direitos.
Procure ajuda sempre que precisar
Agrupando organizações sociais, advogados populares e o Ministério Público Federal foi criada a DEFENSORIA DA AGUA para ajudar a quem precisa. Faça a sua parte: nós faremos a nossa.

A POLUIÇÃO TE INCOMODA?
70% do consumo da água provem de atividades agrícolas;
20% do consumo da água provem de atividades industriais;
Depois de usada, a água, normalmente retorna à natureza sem ser limpa. Com isso os 10% restantes que são destinados ao consumo humano ficam prejudicados.

PORQUE SEMPRE CULPAM O POVO PELA DEGRADAÇÃO?
Quando há ameaça de falta de água ou explicações para os rios estarem poluídos, a culpa sempre recai sobre as pessoas que não controlam o consumo ou despejam esgotos sem tratamento, omitindo que quem mais consome é que mais degrada.
Além disso é importante lembrar: grande parte dos produtos industrializados para o consumo humano são produzidos com materiais que não se degradam com facilidade e muitas vezes contém elementos químicos contaminantes. Entre eles destacamos os materiais de limpeza e higiene, alimentos e, principalmente REMÉDIOS.

http://www.defensoria.org.br



Companheiros e companheiras Em dezembro de 2009, a ONU realiza em Copenhague na Dinamarca, a Cúpula sobre Mudanças Climáticas que deverá revisar o Protocolo de Kioto. Embora a CRISE DO CLIMA afete principalmente as populações pobres, essas populações não tem se apropriado desse tema que reflete as contradições do capitalismo que deseja aperfeiçoar seu mecanismo de "ações em bolsas de valores pelo direito de poluir". Um dos expoentes dessa questão envolve a polêmica situação do lixo nas regiões metropolitanas, a questão da terra, a questão da moradia popular e as políticas neo liberais. Diante disso, nós da DEFENSORIA SOCIAL, estamos propondo a realização de uma Cúpula Social paralela ao encontro da ONU e para tratar dessa proposta teremos o evento abaixo na sede do Sindicato dos Trabalhadores em Editoras de Livros do Estado de São Paulo em conjunto com os companheiros da Campanha MAIS VIDA, menos lixo, a partir das 19 horas. Contamos com a participação de todos. Abraço fraternal Leonardo Aguiar Morelli Secretário GeralDEFENSORIA SOCIAL

NESSE ESPAÇO SERÁ A CAPELA DA AFSP 09 08 09




NOSSO ARTESANATO 09 08 09


FAZENDO CACHICOL - 09 08 09


NOSSO ARTESÃO 09 08 09


DIA DOS PAIS NA AFSP - 09 08 09


quarta-feira, 5 de agosto de 2009

REGULAÇÃO AMPLIA PRÁTICAS DE RESPONSABILIDADE SOCIAL

29/07/2009 Valor Econômico
A responsabilidade social é uma tendência em alta nas empresas. Pelo menos 50% delas adotam no mínimo 22 de 56 práticas consideradas significativas para caracterizar o comprometimento com o desenvolvimento sustentável, que supõe equilíbrio entre aspectos econômicos, ambientais e sociais. Grande parte das iniciativas em curso está em áreas de impacto direto para a sobrevivência dos negócios ou relaciona-se a regulamentações. São ações nos campos da proteção das relações de consumo e nas relações de trabalho realizadas por 60% das companhias.
Esse diagnóstico emerge de uma pesquisa realizada em 2008 pelos institutos Ethos de Empresas e Responsabilidade Social e Akatu pelo Consumo Consciente que será divulgada hoje em São Paulo. Executado pelo Ibope, o levantamento tem como base uma amostra principal de 721 entrevistas com empresas dos setores industrial, de comércio e de serviços e foi complementado por estudos paralelos de segmentos como finanças, energia elétrica e farmacêutica.
A comparação com um estudo similar feito pelo Akatu em 2004 mostra que o número de práticas em vigor nas empresas brasileiras, cuja média ficava em 11, dobrou em quatro anos.
"A pesquisa mostra que há avanços reais", afirma Paulo Itacarambi, vice-presidente executivo do Ethos. Mas, para ele, alguns indicadores do levantamento apontam que a responsabilidade social "ainda não está no coração do processo decisório das empresas".
O número de companhias com comitês estabelecidos para cuidar da área é restrito (8%) e os programas estão em 65% dos casos sob responsabilidade dos departamentos de recursos humanos ou administrativo-financeiro. Como consequência dessa configuração, as empresas olham mais para os aspectos que podem ter impacto direto no negócio ou embutem potenciais riscos pela existência de regulamentações: os direitos dos consumidores e dos empregados.
Nas indústrias, por exemplo, é maior o volume de iniciativas voltadas ao ambiente, foco de diferentes normas e leis específicas do setor. "São práticas que estão relacionadas ao bolso", diz Itacarambi.
A proteção das relações de consumo (referem-se à venda de produtos e serviços), com 51%, e o direito nas relações de trabalho, com 44%, encabeçam a lista de prioridades identificadas na pesquisa. Elas são seguidas por meio ambiente (36%), ética e transparência (29%), governança corporativa (29%) e relacionamento com os públicos (28%).
A limitada atenção dada pelo mundo dos negócios ao diálogo com as partes interessadas - consumidores, funcionários, fornecedores, investidores, acionistas, sociedade civil, governos, por exemplo - representa, segundo Hélio Mattar, diretor-presidente do Akatu, o dado mais preocupante. O investimento na comunicação transparente, diz, é estratégico para construir a credibilidade das companhias, que anda abalada.
Em pesquisa feita há cerca de um ano e meio, o Akatu constatou grande desconfiança em relação às empresas - 51% dos consumidores não acham que existe honestidade e veracidade nas informações delas sobre responsabilidade social. Isso apesar de 78% terem interesse na questão e 30% buscarem mais dados relacionados ao tema.
A resposta do consumidor aos discursos empresariais, que considera vazios, parece ter sido um "deixa pra lá". De 2000 a 2008 o número de pessoas que levavam em consideração as ações socioambientais das empresas nas decisões de compra teve uma queda significativa. O total dos que puniam as companhias, deixando de comprar seus produtos e serviços, passou de 35% para 14%. E o grupo que recompensava a companhia com sua fidelidade caiu de 28% para 17%, relata Mattar.
Embora aponte para uma capilaridade do conceito de responsabilidade social, que está presente inclusive em empresas de menor porte, a pesquisa indica que o envolvimento efetivo concentra-se em companhias de grande porte, tanto pela adesão a um maior número de práticas quanto pela utilização de estratégias como comitês e departamentos voltados especificamente ao tema. São elas também que utilizam ferramentas de apoio como a ISO 14000, de normas ambientais, ou diretrizes da Organização Internacional do Trabalho (OIT), entre outras.
O comprometimento das grandes companhias sinaliza que "existe um vetor" que pode puxar o movimento da responsabilidade social para um conjunto mais amplo de negócios, avalia Itacarambi. Um processo semelhante que ocorreu com a questão da qualidade na década de 90.
Mas as grandes empresas têm seus limites. Número um no varejo mundial, o Wal-Mart deslanchou em 2005 um programa ambicioso de sustentabilidade, com metas como zerar a destinação de resíduos a aterros e, no futuro, abastecer todas as suas lojas com energia 100% renovável. O projeto caminha com sucesso tanto em sua rede como nas ações levadas à cadeia de fornecedores, segundo a vice-presidente de sustentabilidade do Wal-Mart Brasil, Daniela de Fiori.
No último mês, porém, a rede tem tentado equacionar soluções para garantir que a carne de suas gôndolas não seja proveniente de áreas de desmatamento da Amazônia. Apesar de uma ação conjunta com os grupos Pão de Açúcar e Carrefour, obstáculos como a falta de sistemas efetivos de rastreamento têm dificultado o processo e mostrado que poder de pressão empresarial não resolve tudo.
A carne, segundo Daniela, "é um problema estrutural que não se consegue resolver apenas pelo lado da empresa-cliente". A questão, diz, requer mobilização do governo e da sociedade civil.
"O mercado e a sociedade são pouco exigentes no Brasil", nota Itacarambi. E a pesquisa sinaliza claramente que quando há regulamentação o nível de práticas é maior. Para ele, novas regras podem estimular as empresas a realmente encampar a ideia da gestão para a sustentabilidade. "Ainda estamos por fazer as mudanças efetivas que produzem resultados para toda a sociedade", diz.Célia Rosemblum29/07/2009