quinta-feira, 23 de julho de 2009

Mensagens e pensamentos - Dom Hélder Câmara

"O amor é o perfume das almas."
"Só as grandes humilhações nos levam ao recesso último de nós mesmos, lá onde as fontes interiores nos banham de luz, de alegria e de paz."
"Se eu dou comida a um pobre, me chamam de santo, mas se eu pergunto por que ele é pobre, me chamam de comunista."
"Basta que um botão erre de casa para que o desencontro seja total."
"Quero dedicar-me até o último suspiro à justiça e a libertação dos oprimidos"
"Um sonho sonhado sozinho é apenas um sonho. Um sonho sonhado juntos é o princípio de uma nova realidade."
"O verdadeiro cristianismo rejeita a idéia de que uns nascem pobres e outros ricos, e que os pobres devem atribuir a sua pobreza à vontade de Deus."
"É graça divina começar bem. Graça maior persistir na caminhada certa. Mas graça das graças é não desistir nunca."

Hélder Câmara

Dom Hélder Câmara
Nome completo
Hélder Pessoa Câmara
Nascimento
7 de Fevereiro de 1909Fortaleza
Morte
27 de Agosto de 1999 (90 anos)Recife
Nacionalidade
Brasileiro
Ocupação
Arcebispo, Teólogo

sábado, 11 de julho de 2009

AOS VISITANTES, COLABORADORES e DOADORES

ASSOCIAÇÃO FRATERNAL SERVOS DOS POBRES
Sede: Estrada da Plenitude. 1130, Bairro Dos Pereiras, São Lourenço da Serra-SP. CEP 06890-000
CNPJ nº. 07.084.951/0001-35 Fones (11)7211.3776 – (11)9551.9948 – (11)7183.0517.

Banco do Brasil C/C 33.515-0 Agencia 1529-6
A Associação Fraternal Servos dos Pobres é uma entidade sem fins lucrativos, que foi instituída legalmente no dia 05 de julho de 2004 e em 14 de outubro de 2005 inauguramos uma chácara de 144.000 mil metros quadrados, com o objetivo social de recuperar moradores de rua, priorizando a formação humana e profissional para sua reintegração na família e na sociedade, atuando dentro de princípios cristãos de amor ao próximo.

A diretoria vem desenvolvendo atividades, através de trabalho dos acolhidos, como: trabalho agrícola, criação de peixe, criação de galinha caipira, artesanato e cultivo de plantas ornamentais, para serem comercializadas.

Considerando que recebemos moradores de rua com bastante deficiência e debilitados para o trabalho, sempre ocorre demora na recuperação, assim, estamos com freqüência precisando de ajuda de custo, doações de alimentos, produtos de higiene pessoal, vestuário e produtos de limpeza.

Certos de que poderemos contar com a valiosa colaboração de nossos visitantes, desde já apresentamos nossos sinceros agradecimentos.

Atenciosamente.
ILMA SARAIVA DA SILVA (Secretária)
EDNALDO JOSÉ DA SILVA (Presidente)

e-mail: servospobres@bol.com.br
blog: http://servospobres.blogspot.com/

Lembrete:
(1) doações em dinheiro, somente na conta corrente do BANCO DO BRASIL, mencionada acima (favor nos mandar um e-mail, informando o depósito ou comprovante através de um dos nossos colaboradores, para os devidos registros).
(2) Demais doações, somente membros da Diretoria ou dos Conselhos mencionados na ATA DE POSSE, se colaborador, favor e se possível confirmar pelos Telefones mencionados acima
CONTAMOS COM SUA VISITA

sábado, 4 de julho de 2009

...mas eu tenho fé, acredito em DEUS, ....

Por ">Angela Ramos da Silva Paula
Manhã de sol, dia de frio, madrugada de gelo e amanhã incerto
A cidade de São Paulo tem mais de 16 mil pessoas em situação de rua e, oito mil vagas em albergues

Terça-feira, 2 de junho de 2009. São Paulo amanhece com céu azul, ar limpo, um lindo e gelado dia de outono. Pelas ruas da capital financeira do país pessoas caminham elegantes e bem vestidas, cachecóis, casacos, botas. Muitas paradas ao longo de elegantes lojas comentam “adoro o inverno, que estação elegante”.
Na região da Rua Vinte e Cinco de Março, carros da companhia de luz fazem reparos, gente indo e vindo com mãos cheias de sacolas, de repente, correria, lá vem o rapa. Camelôs que vendem suas mercadorias no chão ou em pequenas mesas juntam tudo e saem correndo na tentativa de preservar o ganho pão da família. Uma senhora de aproximadamente 50 anos, moradora da Pedreira zona sul da cidade, comenta “Vida de pobre é assim mesmo, quanto mais os ricos ficam ricos mais ódio eles tem dos pobres. mas eu tenho fé, acredito em Deus, vou continuar trabalhando assim mesmo. Quer comprar um carrinho de mim moça?”

A cada hora que se passa, o frio aumenta. Na Praça do Correio dezenas de pessoas encolhidas, sem botas, sem casacos, sem luvas, sem a elegância da estação. Sentadas, deitadas, sobre caixas de papelão ou embaixo de cabanas improvisadas com pedaços de lona ou papelão, tentam abrigar-se do frio. A cidade de São Paulo tem mais de 16 mil pessoas em situação de rua e, oito mil vagas em albergues. Metade não tem onde pernoitar. Esse número cresce a cada dia. As favelas estão sendo urbanizadas, onde têm 900 famílias o governo constrói 300 apartamentos, e o resto? O resto, recebe 3,5 8 mil reais de indenização pelo barraco e some, para a rua ou lá prós confins da cidade. A periferia se expande!!!

No meio disto tudo está Mara Sobral, ex menina de rua, mãe de 12 filhos, nove adotados, caminhando com olhos tristes, desanimada, cansada, revoltada. Mara se diz cansada se ser violentada “Quando escapamos da violência da família caímos nas ruas e daí por diante passamos a ser violentadas diariamente pelo sistema”. A central de catadores onde Mara trabalhou por alguns anos sofreu um incêndio criminoso em dezembro de 2008 e desde então Mara e seus companheiros lutam para tentar reabrir o local.

Parece simples,queimou,apagou-se o fogo,reformou,voltou-se a trabalhar. Não, não é assim tão simples. A partir do momento em que a cooperativa foi incendiada os cooperados perderam a chance de continuar trabalhando. A cooperativa foi fechada, o que aconteceu ninguém sabe. Quem vai perder tempo investigando incêndio em cooperativa de catadores? A quem interessa?Afinal ali só trabalha o refugo da sociedade. O lixo humano produzido pelo capitalismo, os párias da modernidade, segundo afirma o sociólogo polonês Zygmunt Bauman em seu livro Vidas desperdiçadas.

Depois de muita repercussão, muita luta e muita promessa a cooperativa talvez fosse reabrir as portas provisoriamente em um pequeno galpão de 320m nos próximos dias. Mas, apareceu mais um problema, Wagner, conhecido como Sting, responsável pela coleta seletiva na cidade de São Paulo resolveu que, a cooperativa só terá os caminhões da Limpurb disponíveis para coleta do material doado pelos condomínios a central da Granja Julieta, quando os catadores quitarem a dívida de 18 mil reais com o INSS. A promessa de reabrir a cooperativa para que os catadores pudessem começar a trabalhar foi por água abaixo? E agora?Como é que eles vão arrumar oito mil reais para saudar esta dívida?Como vão saudar as dívidas pessoais que não são poucas?Como ficam essas vidas?

No final do dia o frio já era de fazer doer os ossos. Mara caminhava em direção ao terminal Bandeira para pegar um ônibus rumo à zona sul. Quando de repente viu um sorriso a sua frente. Era Sorriso, ex cooperado. Filho da rua, Sorriso perdeu a mãe nas ruas, morta a pauladas. Ele, doente mental, ex albergado da região de Santo Amaro, teve a chance de ter um lar. Com o trabalho da cooperativa, Sorriso pagava o aluguel de seu cantinho, agora sem emprego Sorriso voltou às ruas. Ficaram longes os tempos em que ele podia comprar e pagar suas contas.Sorriso tem dificuldades,não se adapta a qualquer lugar,precisa de apoio,carinho.

Para ficar longe das lembranças Sorriso deixou Santo Amaro e foi dormir no berço esplendido das ruas da região central. Mara chora pede para que ele volte para Santo Amaro, para o albergue da Ceninha. Tem medo que ele morra de frio, ou que alguém o mate. Ele é uma criança grande.

Na cidade dos lucros, no coração financeiro do país, não há lugar para os menos favorecidos. A aqui não é a cidade dos sonhos onde todos podem trabalhar e crescer. Aqui se escolhe quem pode trabalhar, não basta querer. Aqui os sonhos se queimam, os corações são frios e o lixo deve desaparecer da frente dos olhos dos mais favorecidos. Não importa a que custo e muito menos se o lixo é o que ou quem.

Que nesta madrugada gelada o Bento do Portão proteja a todos os Sorrisos jogados nas calçadas da paulicéia desvairada.
Colaboração: ADEMIR DE SOUZA